quarta-feira, 31 de julho de 2013

Manutenção deficiente dos carretos




Os nosso carretos de bóia são vitimas de “ maus tratos” derivados ao tipo de pesca que fazemos.
A conceção do carreto e a qualidade dos materiais utilizados são muito importantes para que um carreto seja fiável.  O continuo  lançar e recolher, os toques nas pedras, as gorduras quer da iscagem quer do engodo, salpicos ou mesmo banhos de agua salgada não ajudam nada á sua conservação.
Sabendo nós que temos todas estas adversidade, se juntarmos o desleixo e ausência de qualquer manutenção é certo e sabido que o nosso carreto não durará muito mesmo que seja ele um topo de gama.
Deixo-vos algumas imagens elucidativas do que pode acontecer aos  carretos  derivado de desleixo e  falta de  manutenção ou por pequenos acidentes em ação de pesca.




Rodizio preso

Esta é uma das  partes do carreto que mais contacto tem com a agua salgada.
O rodízio é composto por varias pequenas peças podendo conter rolamentos.
O fio molhado ao passar pelo rodízio vai originar uma acumulação de sal deteriorando e corroendo os seus componentes. Este é sem duvida a primeira parte do carrete que deixa de funcionar corretamente se não for feita frequentemente a sua  manutenção




Acumulação de areias e sal



Corrosão pelo sal 

Muitos do carretos que vemos á venda trazem peças de plástico a que chamo de embelezadores.
Estas peças para alem de darem um aspeto mais bonito aos carretos servem também de para-choque no contacto com as pedras.
O grande problema destas peças é que são pontos de acumulação de sal e areias no seu interior.
Para os carretos que tenham este tipo de peças é necessário fazer uma limpeza sempre que se vai á pesca de forma a evitar a acumulação  e corrosão do carreto



Entrada de areia no interior do carrete







Entrada de agua no interior do carreto

Por vezes temos o azar de deixar cair o carreto sofrendo as consequências desse acidente. Peças partidas, carreto cheio de areia  ou simplesmente um valente banho tudo pode acontecer.
Mal se chegue a casa devemos  tomar as devidas providencias para minimizar o prejuízo.
Limpeza e respetiva lubrificação.




Deficiente lubrificação




Excesso de lubrificação





Massa lubrificante  não apropriada

A deficiente lubrificação origina um prematuro desgaste dos mecanismos encurtando consideravelmente a vida de um carreto.
Nem todas as massas são adequadas  e também não se deve encharcar todo o interior do carreto em massa lubrificante. A massa de lubrificação deve ser própria para carretos colocando  apenas o necessário nas engrenagens para que  fiquem devidamente lubrificadas.


Veio arrasado

Este tipo de avaria não é muito habitual mas pode ter sido provocado pela má colocação da tampa da bobine e respectivo aperto. Por vezes também ao abrirmos os nossos carretos para fazer uma manutenção mais profunda devemos ter muito cuidado no aperto dos parafusos. Por vezes eles podem não entrar direitos e ao forçarmos a sua entrada estamos a danificar ou o parafuso ou mais grave ainda a rosca do corpo do carreto.
Há um ditado popular que diz: “ O material tem sempre razão”



Bobine corroída

Muitos dos carretos há venda no nosso mercado não estão preparados para serem utilizados no mar. São carretos de agua doce.
Estes carretos quando expostos a ambientes marinhos deterioram-se mais facilmente fruto da corrosão pelo salitre.
Felizmente já começa a haver a preocupação por parte dos fabricantes na  utilização de novos materiais resistentes ao ambiente marinhos.
A utilização desse novos materiais incide em especial nas bobines pois é aqui que o fio molhado permanece.
Chamo a atenção para quem utiliza multifilar. Este tipos de linha tem um poder de absorção de agua maior que os monofilamentos.O resultado pode ser a corrosão da bobine que se verifica mais vezes nas bobines com multifilamento



 Acumulação de sujidade no Porta carretos






corrosão do pé do carreto 


Muitos de nós pescadores,  quando acaba a sessão de pesca deixa o carreto na cana ate á próxima ida á pesca.
Esquecem-se que o porta carretos também é  um ponto de retenção de sal.
As idas sucessivas á pesca e sem retirar o carreto da cana contribuem para o aparecimento de corrosão no pé do carreto.

Este artigo foi publicado na revista " O Pescador" na sua edição de Setembro 2010

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