quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Reconhecimento

Será que mais vale conhecer cada centímetro do nosso “quintal” ou ir alargando horizontes em busca de novos pesqueiros? 
Independente da nossa resposta uma coisa é sabida, Fazer um reconhecimento prévio é importante para que se tenha êxito nas pescarias.
 A orla marítima está em constante alteração derivado aos ventos, luas, correntes marítimas e marés entre outros fatores. 
Ao longo do ano sucedem-se as estações e é no Outono e Inverno que há mais alterações na orografia da costa especialmente durante nas grandes tempestades.
 Este ano em particular tivemos um Outono e Inverno muito rigorosos com muita chuva, vento e muitos dias seguidos de forte ondulação. É natural que encontremos alterações nos nossos pesqueiros.




Na Primavera e Verão as alterações são mais ao nível da fauna e flora. 
 Dá-se a desova, as aguas aquecem, os mares tornam-se mais mansos e a vida dentro de agua é mais calma. 
Desta forma devemos fazer com frequência passeios de reconhecimento pela costa de forma a conhecer a zona de pesca nas marés vazias e cheias para perceber a sua transformação. 
 


Reconhecimento na maré vazia 


Nas marés de lua, onde a maré mais vaza, podemos aproveitar para fazer um reconhecimento pelos fundos dos nossos pesqueiros favoritos. O aspeto mais notório é o assoreamento ou não dos fundos. Em caso de forte assoreamento a falta de vida é evidente e o peixe só frequentará essa zona se houver movimento de areias que libertará minhocas que estão enterradas na areia, de outra forma só peixe de passagem. 




Em caso de pouco areia nos fundos devemos observar se existe pedras marisqueiras e a quantidade de marisco existente nessas pedras. Mexilhões, perceves, burriés. Nas poças de agua se existe pequenos peixes e camarões, e se debaixo das pedras se existem caranguejos. 




Nos coalhos de areia ver se existe minhocas ou teagem. 
A existência de laminarias é um excelente indicador e proporciona condições para a fixação de todo o tipo de vida marinha. 
As Florestas de laminarias fornecem abrigo a alimento muitos seres e por isso pescar nas proximidades é muito proveitoso. 



Devemos também prestar atenção ao tipo de fundos ai existente. Se temos grandes lajes e caneiros formando pesqueiros de aguas livres ou se temos grandes formações de rocha e rebolos proporcionados esconderijos para o peixe. 







 Para quem gosta de pescar nas ultimas horas da vazante e primeiras da enchente deve observar novos potenciais pesqueiros. 

Reconhecimento na maré cheia. 
 Na maré cheia se as aguas estiverem claras facilmente se observa os fundos vendo se estão areados ou não e a sua configuração. 




Devemos gastar algum tempo a olhar para os fundos e detectar o peixe a virar nas pedra e prestar também atenção ás ondas na esperança de ver algum cardume de robalos nas redondezas. 
Se a nossa pesca é pescar na enchente então devemos tentar encontrar algum local que nos agrade e aí vermos como o mar trabalha em função da direcção de vento e da ondulação naquele momento. Devemos também observar a existência ou não fundões e coroas de areia que podem alterar a forma de trabalhar do mar. Uma mais valia é haver pescadores na zona. Podemos aprender muito se nos sentamos a observar tudo o que faz. Quem sabe se nos ensina alguma, coisa que nos poupa muitas horas de experimentação. Este é o conselho que dou a quem quer descobrir novas zonas de pesca. Em vez de ir pescar é ir ver pescar e como se pesca. 
  Reconhecimento com auxilio das novas tecnologias
Tantas vezes ouvimos falar deste e daquele lugar, fora da nossa zona de pesca, que dá uns peixes valentes e nós não conhecemos nada nem sabemos com lá chegar A informática e a Internet dão-nos importantes ferramentas como o GPS, imagens via satélite, Webcams e programas informáticos que podemos utilizar e auxiliar no reconhecimento de novas zonas de pesca.
 Com frequência utilizo as imagens via satélite para procurar novos pesqueiros e os caminhos que me levam até lá. 
 O Google Earth e o Virtual Earth são dois programas que utilizo nesta pesquisa. O detalhe das suas imagens é muito bom. 




Podemos também utilizar o GPS para este trabalho. Há alguns programas de GPS onde é possível adicionar imagens de satélite ou fotografia aérea como por exemplo as imagens retiradas do Google Earth ou mesmo as Cartas Militares que depois de devidamente calibradas são inseridas num aparelho que tenha GPS e utiliza-las como um simples mapa. Com estas ferramentas é possível fazer reconhecimentos de novas zonas de pesca e marcar as coordenadas dos novos pesqueiros e os caminhos que nos levam ate eles.
 Uma sugestão que deixo é que façam uma pequena base de dados, por exemplo numa folha de Excel, com toda a informação relevante acerca dos pesqueiros encontrados. 
 Por falar em Base de Dados, já pensaram em fazer um registo completo sempre que vão á pesca? Dia, maré, fase da lua, direcção vento e ondulação, isco, a cor das aguas, do céu. 
O peixe apanhado e outras informações que se lembrem e que achem importantes. Ao fim de algum tempo e feita uma analise vão certamente chegar a alguns resultados interessantes. 
 Fica aqui a sugestão.


Artigo publicado na revista "O Pescador" na sua edição de Maio de 2010


3 comentários:

Paulo Marques disse...

Excelente ruben, muito bom conhecimento demonstrado, parabens

ntyper disse...

Parabens parçeiro,exelente tópico,mostra que realmente há mesmo muita dedicação e paixão por este hobby da tua parte,tá 5 estrelas amigo um grande abraço.

Ruben disse...

Obrigado pelos comentarios.
Eu gosto de passear pelo mar e pelas falesias.
Dessa forma o reconhecimento torna-se mais facil. o Gosto pela fotografia ajuda bastante.
Abraços