Nesta altura os mares são mansos e as aguas mais claras o que torna o peixe mais desconfiado e por isso não abeira tão facilmente.
Com estas condições a utilização de um isco “natural” pode fazer a diferença.
Deixo 3 sugestões de isco, o Burrié, o Perceve e a Lapa
Este Iscos encontramos com alguma facilidade na maré baixa em zonas rochosas, tendo o cuidado de sempre escolher os maiores exemplares para as nossas iscadas.
Burrié
Os burriés são “caracóis “ do mar também sendo conhecidos por caramujo podem ser iscados de forma bem simples pois não requer nenhuma preparação previa bastando ter uma pequena pedra no pesqueiro para partir o burrié. É necessário partir vários burriés para uma iscada espetando um após outro até tapar o anzol
Lapa
Este molusco é utilizado no Sudoeste Alentejo e Costa Vicentina pelos pescadores mais antigos na pesca á chumbica mas que pode ser utilizada na tradicional pesca de bóia.
Há quem utilize toda a lapa deixando para isso ao sol dentro de um saco de plástico durante 2 ou 3 dias para que ganhem cheiro e amaciem um pouco e depois iscam-nas inteiras. que eu trago é apenas a iscagem das barrigas ou ovas das lapas. Com uma faca ou navalha bastante afiada separa-se o molusco da casca de forma que a barriga da lapa fique intacta.
De seguida pega-se no molusco e separa-se barriga da lapa introduzindo a navalha no lado oposto da cabeça entre o corpo e a barriga de descolando-o com jeito.
Esta barriga é retirada juntamente com a cabeça da lapa sendo preciso corta-la do corpo. Para fazer a iscada, espetamos no anzol a parte da barriga de forma a que o bico do anzol saia pela cabeça da lapa.
Repetimos a operação com outra lapa ate completarmos a iscada.
De seguida pega-se no molusco e separa-se barriga da lapa introduzindo a navalha no lado oposto da cabeça entre o corpo e a barriga de descolando-o com jeito.
Esta barriga é retirada juntamente com a cabeça da lapa sendo preciso corta-la do corpo. Para fazer a iscada, espetamos no anzol a parte da barriga de forma a que o bico do anzol saia pela cabeça da lapa.
Repetimos a operação com outra lapa ate completarmos a iscada.
Perceve
Na apanha deste isco devemos selecionar apenas perceves maiores, mais grossos e mais escuros evitando os “mijões” que tem pouca “carne” e que são finos e mais claros. Este marisco é de difícil utilização no seu estado natural, ao contrario dos anteriores, devendo ser congelado ou ser introduzido em agua a ferver previamente antes de usar. Este tratamento prévio origina que o miolo do perceve se solte da casca e fique como um pequeno cilindro que usamos para fazer as iscadas.
Para fazer uma iscada corta-se a extremidade do perceve e aperta-se entre os dedos junto á casca que sairá o miolo que servirá de isco.
Podemos também descascar o perceve
Para fazer a iscada deveremos fazer como fazemos com o camarão.
Estes Iscos são excelentes para as espécies marisqueiras, o Sargo, Safia e Dourada.
Tanto o burrié como a lapa são Iscos que demoram para se fazer uma iscada corretamente.
Estes Iscos são muito sensíveis e de pouca consistência não sendo indicados para mares revoltos mas para mares mais mansos e para pescar nas pedras mais perto.
Também é preciso ter atenção ao lançamento da boia pois um lançamento mais forte certamente origina que a iscada se desfaça,
Quanto á utilização do perceve é um isco mais resistente e de fácil iscar podendo ser utilizado sem grandes dificuldades ou precauções.
Boas Pescas
Este Artigo foi publicado na revista "O Pescador" na sua edição de Julho de 2009
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